Certa vez ouvi falar que o DACOI era um lugar diferente. Um lugar como nenhum outro. Lugar onde o Movimento Estudantil era visto, analisado e vivido com um outro olhar. Onde a subjetividade, os interesses partidários e o oportunismo não existiam.
De início, sentia sim um clima diferente naquela galera louca e sorridente que andava pelo campus, ora falando de chopada, ora falando de copa, ora falando de Movimento Estudantil, ora falando de integração, ora falando de morte ao latifúndio, ora falando de mobilização, ora falando de suspenção de alunos, ora falando de futebol, e as vezes falando que não tinham nada a ver com isso.
Mas sempre estavam por ai, falando, aparecendo, se mostrando, dando a cara pra bater no meio de uma assembléia da coordenação, estendendo a mão a quem precisava. Aquilo incomodava não só a mim, mas a muitas pessoas que se perguntavam por que eles eram diferentes, por que pareciam especiais, o que eles tinham de mais que eu não poderia ter também.
Quando comecei a me interessar mais por aquele fenômeno que se destacava em toda a universidade, descobri que eles eram apenas fruto de uma geração que os antecederam e que já não estavam mais ali, mas que de alguma forma deixou um legado e um objetivo que aqueles malucos continuaram e perseguir e a viver.
Quando analisei só mais um pouquinho percebi que toda aquela galera insana também estava chegando ao fim de mais um ciclo e que estavam estragando outras criancinhas para continuar aquela traquinagem que me assustava. Seria uma seita? Uma religião? Uma doutrina política? Vai saber.
Indignado por não conseguir achar a resposta, resolvi espionar de perto tudo o que acontecia naquele lugar para ver se conseguia descobrir como jorrava a fonte de vigor e renovação que contaminava todo mundo que ficava por mais de 20 minutos diários naquela salinha pequena, quente, mal arrumada, com uns funcionários piradíssimos, e agora até com a parede rabiscada.
Foi então que eu decobri o que realmente acontecia ali. Muito mais que uma casa de impressão, ou um centro de representatividade política dos estudantes, o DACOI era uma escola. Escola que nos ensinava a viver em comunhão com o próximo, que nos proporcionava a chance de discutir temas e questões que não teríamos espaço para discutir em nenhum outro lugar.
Naquele momento percebi que o DACOI, muito mais do que uma gestão e uma equipe de colaboradoes, formava uma família: a família DACOI, que só tinha como finalidade aumentar e agregar novas histórias, conceitos e opiniões e crescer, crescer e crescer com um objetivo infame de ultrapassar os limites de uma sala, de uma universidade, de um movimento, e alcançar - por quê não? - toda uma nação.
Galera, como toda renovação, apanhamos muito para aprender algumas coisas, para amadurecermos em algumas posturas e visões, e para sabermos onde realmente estávamos pisando.
O DACOI mais do que nunca precisa de braços e pernas para conseguirmos sair do lugar e dar aquela alavancada. Precisamos entender que o DACOI vai muito além do que podemos imaginar e que não podemos modelá-lo conforme nossa própria subjetividade, isto não está ao nosso alcance.
Precisamos perceber que a chopada, a Copa, uma palestra, um evento, um planejamento, são importantes, mas que não é tudo. E que isto se resume apenas a atividades praticadas pelo Diretório Acadêmico, coisa que qualquer DCE pode fazer.
O DACOI é muito maior que um planejamento, que uma gestão, que uma copa, que uma chopada, que um movimento. Não podemos deixar esta história acabar, não podemos deixar toda essa loucura praticada desde os primórdios de Mário, Igor, Luciano e companhia acabar por nada.
É hora de cada um fazer uma análise de suas próprias atitudes e perceber em que contribuimos para a construção e a continuação da história do DACOI. O DA não está parado, estamos articulando a construção do movimento estudantil em parceria com outros DA's como o de Letras (São Gabriel), Comunicação (Coreu, Fumec, Newton, Uni-bh) Serviços Sociais, Geografia, Psicologia, História, dentre outros.
O DACOI mais do que construído com a mente, com as opiniões, com a luta, é construiío com o coração. E somente vivendo o DACOI com o coração é que poderemos resgatar o espírito do movimento estudantil que há muito tempo não se vê no Campus.
Eu, como simples funcionário do DA e aluno do 4° período de Comunicação venho por meio deste post convidar a todos a participarem mais do DACOI, que não é construído por um cargo, por uma atividade, por uma ideologia, mas que é construído com amor. Amor pela causa, pela luta, pelas pessoas, por nós.
Quero daqui a alguns anos poder olhar pra trás e ver o quanto o DACOI representou na construção do meu perfil enquanto sujeito, o quanto o DACOI me ajudou a modelar meu caráter.
Dizer que militei ao lado do grande gedai "Luciano", que vi de perto a lenda "Paulo Prudêncio", e que durante muito tempo estive ao lado das pessoas mais especiais deste mundo. E ver a continuação de tudo isso que o DACOI sempre representou tendo a certeza de que sempre continuará a representar.
Deixemos resplandecer o espírito de companheirismo, de coletividade e de amizade que sempre foram fatores predominantes no DACOI. As coisas estão começando a andar no eixo, e com a participação de todos iremos além do que nossos olhos podem ver e nossas mentes imaginar.
Galera DACOI, uni-vos!
Imagem por gaf.arq
Texto de Israel (Xandim) - 4º período
O DACOI nutre profundo respeito a todos os estudantes e diretórios da Universidade, por isso não há motivos concretos para que tenhamos qualquer espécie de inimigos. Nossa "culpa" é ser um diretório acadêmico independente e livre, o que talvez possa incomodar a alguns...
